Lamiaceae

Aegiphila luschnathii Schauer

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2020. Aegiphila luschnathii (Lamiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

526.628,919 Km2

AOO:

80,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (França, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Abaíra, Jacobina, Jequié e Rio de Contas —, no estado do Espírito Santo — nos municípios Marataízes e Piúma —, no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Macaé, Niterói, Rio de Janeiro e Saquarema —, e no estado de São Paulo — no município Pedregulho.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: NT
Justificativa:

Árvoreta com até 3 m, endêmica do Brasil (França, 2020), foi documentada em Carrasco, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) e Restinga asscoaidas a Mata Atlântica e a Caatinga, em áreas de contato, presentes em 11 municípios distribuídos pelos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=445606 km², AOO=76 km² e ao menos 10 situações de ameaça. Poderia ser considerada como de Menor Preocupação (LC), pelo valor de seu EOO, ou Em Perigo (EN) por B2(iii), pelo seu valor de AOO e aparente rariedade e grau de fragmentação observado ao sul e a norte de sua distribuição conhecida, conforme análise temporal dos registros de coleta sugere; entretanto, sua EOO supera vastamente o limiar para categorias de ameaça, e as regiões onde a espécie ocorre ainda abrigam extensões significativas de habitat de ocorrência potencial em estado prístino, além de serem consideradas insuficientemente inventariadas, principalmente na Bahia. Mesmo assim, sabe-se que a cobertura vegetal original em grande parte de sua área de ocorrência potencial encontra-se em declínio, enquanto as Matas de Cipó na transição da Caatinga com a Mata Atlântica constituem o tipo de vegetação menos legalmente protegido nesta região; a espécie não foi documentada recentemente formalmente dentro de Unidades de Conservação de proteção integral. Grande parte de suas coletas foram realizadas em áreas próximas a estradas e propriedades privadas, ou são muito antigas. Diante desse cenário, portanto, A. luschnathii foi considerada Quase Ameaçada (NT) de extinção, uma vez que extinções locais ocasionadas a partir das ameaças descritas, principalmente relacionadas ao corte seletivo ilegal, podem levar a declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão do habitat, número de situações de ameaça e potencialmente, no número de indivíduos maduros. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação, busca pela ocorrência da espécie em UCs) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro.

Último avistamento: 2012
Quantidade de locations: 11
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Prodr. 11, 651, 1847.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Biomas: Mata Atlântica, Caatinga
Vegetação: Carrasco, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Restinga
Habitats: 3.5 Subtropical/Tropical Dry Shrubland, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest
Detalhes: Árvore arbusto com até 3 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica e Caatinga, em Carrasco, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) e Restinga (França, 2020).
Referências:
  1. França, F., 2020. Aegiphila. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB8112 (acesso em 09 de outubro de 2020)

Reprodução:

Detalhes: A espécie é hermafrodita. Foi coletada com flores em dezembro e março; e com frutos em março.
Sistema sexual: hermafrodita
Referências:

Ameaças (7):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future national very high
Tradicionalmente, a região Nordeste destacava-se pela produção de cana-de-açúcar cultivada sobre a Caatinga (Kohlhepp, 2010). Apesar disso, a região não apresentava bons níveis de produtividade devido as suas condições ambientais (Kohlhepp, 2010, Waldheim et al., 2006). A partir de diversos incentivos governamentais, do crescente interesse na produção de biocombustíveis (Gauder et al., 2011, Kohlhepp, 2010, Koizumi, 2014, Loarie et al., 2011) e da aplicação de novas técnicas de produção, dentre elas a irrigação e melhoramento de cultivares, o cultivo de cana-de açúcar passou a expandir sua área de cultivo (Costa et al., 2011, Ferreira-Junior et al., 2014, Loarie et al., 2011, Silva et al., 2012). Similarmente, a região destaca-se na produção de algodão (Borém et al., 2003, Vidal-Neto e Freire, 2013), frutas (Vidal e Ximenes, 2016) e, nas últimas décadas, o cultivo de soja tem expandido (Sanches et al., 2005).
Referências:
  1. Vidal, M. de F., Ximenes, L.J.F., 2016. Comportamento recente da fruticultura nordestina : área , valor da produção e comercialização. Cad. Setorial ETENE 1, 18–26.
  2. Koizumi, T., 2014. Biofuels and Food Security in Brazil, in: Koizumi, T. (Ed.), Biofuels and Food Security. Springer, Heidelberg New York Dordrecht London, pp. 13–30. URL https://doi.org/10.1007/978-3-319-05645-6_2
  3. Ferreira Junior, R.A., Souza, J.L. de, Escobedo, J.F., Teodoro, I., Lyra, G.B., Araújo Neto, R.A. de, 2014. Cana-de-açúcar com irrigação por gotejamento em dois espaçamentos entrelinhas de plantio. Rev. Bras. Eng. Agrícola e Ambient. 18, 798–804. URL https://doi.org/10.1590/1807-1929/agriambi.v18n08p798-804
  4. Vidal, C., Freire, E.C., 2013. Melhoramento genético do algodoeiro, in: Vidal-Neto, F. das C., Cavalcanti, J.J.V. (Eds.), Melhoramento Genético de Plantas No Nordeste. Embrapa, Brasília, pp. 49–83.
  5. Freire Da Silva, T.G., Soelma, M., De Moura, B., Zolnier, S., Alves Do Carmo, F., Sandra, L., De Souza, B., 2012. Biometria da parte aérea da cana soca irrigada no Submédio do Vale do São Francisco. Rev. Ciência Agronômica 43, 500–509.
  6. Loarie, S.R., Lobell, D.B., Asner, G.P., Mu, Q., Field, C.B., 2011. Direct impacts on local climate of sugar-cane expansion in Brazil. Nat. Clim. Chang. 1, 105–109. URL https://doi.org/10.1038/nclimate1067
  7. Gauder, M., Graeff-Hönninger, S., Claupein, W., 2011. The impact of a growing bioethanol industry on food production in Brazil. Appl. Energy 88, 672–679. URL https://doi.org/10.1016/j.apenergy.2010.08.020
  8. Costa, C.T.S., Ferreira, V.M., Endres, L., Ferreira, D.T. da R.G., Gonçalves, E.R., 2011. Crescimento e produtividade de quatro variedades de cana-de-açúcar no quarto ciclo de cultivo. Rev. Caatinga 24, 56–63.
  9. Kohlhepp, G., 2010. Análise da situação da produção de etanol e biodiesel no Brasil. Estud. Avançados 24, 223–253. URL https://doi.org/10.1590/S0103-40142010000100017
  10. Waldheim, P.V., Carvalho, V.S.B., França, Correa, E., Almeida, J.R. de, 2006. Zoneamento climático da cana-de-açúcar, da laranja e do algodão herbáceo para a região Nordeste do Brasil. Anuário do Inst. Geociências UFRJ 29, 30–43.
  11. Sanches, A.C., Michellon, E., Roessing, A.C., 2007. Os limites de expansão da soja. Inf. GEPEC 9, 1–21.
  12. Borém, A., Freire, E.C., Penna, J.C.V., Barroso, P.A.V., 2003. Considerations about cotton gene escape in Brazil: a review. Crop. Breed. Appl. Biotechnol. 3, 315–332. URL https://doi.org/10.12702/1984-7033.v03n04a13
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat past,present,future national very high
A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). A conversão do uso da terra para agropecuária é evidente no bioma Caatinga, sendo uma das principais fontes de renda e subsistência para os habitantes da Caatinga (Antongiovanni et al., 2018, Joly et al., 2019). Na Caatinga e em outras regiões semiáridas, o pastejo tem sido associado à compactação do solo, redução na sobrevivência de plântulas e mudas, consumo de biomassa de dossel, alteração da riqueza e composição das plantas (Marinho et al. 2016). Em geral, bovinos, caprinos e ovinos são criados em regime de liberdade, tendo acesso à vegetação nativa como base de sua dieta (Marinho et al. 2016). O aumento da densidade do gado pode presumir que a pecuária é um distúrbio crônico na Caatinga, gerando efeitos negativos sobre a diversidade de plantas, resultando na remoção permanente de pequenas frações de biomassa florestal até a desertificação completa do Bioma (Ribeiro et al., 2015). A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuária é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA) (MapBiomas, 2020), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem. Na Mata atlântica, a partir de 2002 foi registrado um decréscimo das áreas ocupadas por pastagens como decorrência da intensificação da pecuária (Parente et al., 2019). Apesar disso, esses autores verificaram a expansão de áreas ocupadas por atividades agricultura de larga escala (cana-de-açúcar e soja), que ocupa espaços antes destinados à pecuária mais extensiva.
Referências:
  1. Antongiovanni, M., Venticinque, E.M., Fonseca, C.R., 2018. Fragmentation patterns of the Caatinga drylands. Landsc. Ecol. 33, 1353–1367. https://doi.org/10.1007/s10980-018-0672-6
  2. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., 2019. 1o Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5 Fundação SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2020. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica: período 2018–2019. Fundação SOS Mata Atlântica/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São Paulo. URL https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2020/06/2020_Atlas_Mata_Atlantica_2018-2019_relatorio_tecnico_final-1.pdf (acesso em 30 de setembr de 2020).
  3. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29 projeções de longo prazo. MAPA/ACE, Brasília. URL https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-2018-2019-2028-2029/@@download/file/projecoes-2019_versao_final_3.pdf Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig. html (acesso em 03 de junho de 2020).
  4. Marinho, F.P., Mazzochini, G.G., Manhães, A.P., Weisser, W.W., Ganade, G., 2016. Effects of past and present land use on vegetation cover and regeneration in a tropical dryland forest. J. Arid Environ. 132, 26–33. https://doi.org/10.1016/j.jaridenv.2016.04.006 Ribeiro, E.M.S., Arroyo-Rodríguez, V., Santos, B.A., Tabarelli, M., Leal, I.R., 2015. Chronic anthropogenic disturbance drives the biological impoverishment of the Brazilian Caatinga vegetation. J. Appl. Ecol. 52, 611–620. https://doi.org/10.1111/1365-2664.12420 MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29 projeções de longo prazo. MAPA/ACE, Brasília. URL https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-2018-2019-2028-2029/@@download/file/projecoes-2019_versao_final_3.pdf
  5. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  6. Fundação SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2020. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica: período 2018–2019. Fundação SOS Mata Atlântica/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São Paulo. URL https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2020/06/2020_Atlas_Mata_Atlantica_2018-2019_relatorio_tecnico_final-1.pdf (acesso em 30 de setembr de 2020).
  7. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig. html (acesso em 03 de junho de 2020).
  8. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29 projeções de longo prazo. MAPA/ACE, Brasília. URL https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-2018-2019-2028-2029/@@download/file/projecoes-2019_versao_final_3.pdf
  9. MapBiomas, 2020. Plataforma MapBiomas v.4.1 - Base de Dados Cobertura e Uso do Solo. URL https://plataforma.mapbiomas.org/map#coverage (acesso em 03 de junho de 2020).
  10. Parente, L., Mesquita, V., Miziara, F., Baumann, L., Ferreira, L., 2019. Assessing the pasturelands and livestock dynamics in Brazil, from 1985 to 2017: A novel approach based on high spatial resolution imagery and Google Earth Engine cloud computing. Remote Sensing of Environment 232, 111301. URL https://doi.org/10.1016/j.rse.2019.111301
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 4.1 Roads & railroads habitat past,present,future national very high
A constante expansão de estradas é um fator que contribui para a perda de biodiversidade e degradação florestal na Caatinga, uma vez que criam novas bordas em áreas de vegetação contínua, facilitando o acesso da colonização humana (Antongiovanni, 2017, Joly et al., 2019). Toda a paisagem da Caatinga é cortada por uma grande rede de estradas pavimentadas e não pavimentadas, e as distâncias para o interior remanescente são relativamente curtas, toda a área seca da Caatinga é potencialmente suscetível a perturbações por atividades antrópicas (Antongiovanni et al., 2018). Silva e Barbosa (2017), estimam que a as estradas impactam 346267 km² ou 37,9% da região, sendo que por ecorregião, variou de 22,4% nas Dunas do São Francisco a 45,6% na Chapada da Diamantina. A constante expansão de estradas é um fator que contribui para a perda de biodiversidade e degradação florestal na Mata Atlântica (Joly et al., 2019). Costa et al (2019) confirmaram pela primeira vez os efeitos à biodiversidade ocasionado pela construção e pavimentação de rodovias, bem como o tráfego intenso de veículos no Bioma da Mata Atlântica, que podem se estender por muitos metros além da estrada, tendo efeito direto na mortalidade e diversidade das no fragmento.
Referências:
  1. Antongiovanni, M., 2017. Fragmentação, conservação e restauração da Caatinga. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Tese (Doutorado).
  2. Antongiovanni, M., Venticinque, E.M., Fonseca, C.R., 2018. Fragmentation patterns of the Caatinga drylands. Landsc. Ecol. 33, 1353–1367. https://doi.org/10.1007/s10980-018-0672-6 Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  3. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., 2019. 1o Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5 NA
  4. Silva, J.M.C. da, Barbosa, L.C.F., 2017. Impact of Human Activities on the Caatinga, in: Silva, J.M.C. da, Leal, I.R., Tabarelli, M. (Eds.), Caatinga. Springer International Publishing, Cham, pp. 359–368. https://doi.org/10.1007/978-3-319-68339-3_13 NA
  5. Costa, A., Galvão, A., Silva, L.G. da, 2019. Mata Atlântica brasileira: análise do efeito de borda em fragmentos florestais remanescentes de um hotspot para conservação da biodiversidade. GEOMAE 10, 112–123.
  6. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas locality,habitat past,present,future local low
A expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalar-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al., 1999). O crescimento urbano e a especulação imobiliária se tornam grandes vetores de pressão sobre os remanescentes florestais do Rio de Janeiro, intensificando a degradação da Mata Atlântica fluminense a partir de meados do século XX e início do século XXI (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Fernandes, M. do C., Lagüéns, J.V.M., Netto, A.L.C., 1999. O Processo de Ocupação por Favelas e sua Relação com os Eventos de Deslizamentos no Maciço da Tijuca/RJ. Anuário do Inst. Geociências 22, 45–59.
  2. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira Filho, T.B., Martinelli, G., 2018. Plano de ação nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro., 1st ed. Secretaria de Estado do Ambiente (SEA): Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded locality,habitat,occupancy past,present local medium
O município de Rio das Contas - BA, onde a espécie é encontrada, tem um histórico de ocupação das terras por plantações, sendo no passado utilizada nas plantações de cacau e recentemente para o Setor Agroindustrial de polpa de frutas, incentivado pelo projeto Agropolo do Vale do Rio das Contas (Araújo et al. 2004). Em 2007, oito agroindústrias que produziram 16 mil toneladas de polpas com um faturamento de 43 milhões de reais. Este segmento agroindustrial contribuiu para o crescimento, no seu entorno, da fruticultura, a qual encontrou condições edafoclimática favoráveis ao seu desenvolvimento (Araújo et al., 2008). Os municípios de Marataízes (ES) e Pedregulho (SP) possuem, respectivamente, 26,26% (3421ha) e 12,04% (8582ha) de seus territórios convertidos em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020).
Referências:
  1. Araújo, A.C. de, Midlej, R.R., Góes, A.O.S., 2004. Algumas Características do Agropólo do Vale do Rio das Contas no Estado da Bahia, in: XLII Congresso Da Sociedade Brasileira De Economia E Sociologia Rural: Dinâmicas Setoriais e Desenvolvimento Regional. XLII Congresso da SOBER, Cuiabá - MT, pp. 1–10.
  2. Araújo, A.C., Araújo, L.V., Silva, L.M.R., Midlej, R.R., 2008. A cultura da goiaba variedade paluma no agropólo do vale do rio das contas no estado da Bahia: um estudo de viabilidade financeira, in: XLVI Congresso Da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. CEPLAC, Ilhéus - BA, p. 10. https://doi.org/10.22004/ag.econ.109820
  3. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: total, dados de 2018. Município(s): Marataízes (ES) e Pedregulho (SP). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded locality,habitat past,present,future regional high
Os municípios Abaíra (BA), Jacobina (BA), Jequié (BA), Macaé (RJ), Marataízes (ES), Pedregulho (SP), Piúma (ES), Rio de Contas (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Saquarema (RJ) possuem, respectivamente, 19,3% (10394,9ha), 47,28% (103689,3ha), 32,99% (97938,2ha), 44,81% (54460,8ha), 68,36% (8901,2ha), 10,88% (7753ha), 70,84% (5300,6ha), 26,63% (29703,8ha), 10,16% (12192,7ha) e 39,85% (14059,8ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Abaíra (BA), Jacobina (BA), Jequié (BA), Macaé (RJ), Marataízes (ES), Pedregulho (SP), Piúma (ES), Rio de Contas (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Saquarema (RJ) . URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 5.3 Logging & wood harvesting locality,habitat,occupancy past,present,future regional high
Os municípios de ocorrência da espécie apresentam significante redução da vegetação original. Os remanescentes florestais representam 17,5% do território do município do Rio de Janeiro, 24% de Macaé, 29% Petrópolis, 30% de Piraí, 32% de Duque de Caxias, 34,5% de Magé, 38% de Nova Iguaçú, 42% de Rio Claro e 76,5% de Paraty (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2011).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, 2011. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica Período 2008-2010. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE. URL http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/atlasrelatoriofinal.pdf (acesso em 17 de fevereiro de 2020).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente-SEA: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Rio de Janeiro - 32 (RJ), Território Espírito Santo - 33 (ES), Território Chapada Diamantina-Serra da Jibóia - 39 (BA).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental da Lagoa Guanandy, Área de Proteção Ambiental da Pedra Branca, Área de Proteção Ambiental de Massambaba, Área de Proteção Ambiental de São José, Área de Proteção Ambiental dos Morros da Babilônia e de São João, Área de Proteção Ambiental Serra do Barbado, Parque Estadual da Costa do Sol, Parque Nacional da Tijuca e Parque Natural Municipal Paisagem Carioca.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.